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Quiet Calamity by Megatrue (dA) |
Na inércia das eras, onde
a humana compreensão do tempo e do espaço tornam-se uno ao incógnito, a
fundirem-se na caldeira do acaso, estou submerso... Só, pairo onde jamais serei
encontrado. Perdi-me há muitas, incontáveis noites nas tortuosas e escuras labaredas
do ocaso. Sequer sabes quem sou? Sequer sei quem sou?
Confronta-me; conta as
tuas mentiras. Tu, reflexo maldito do que não sou. Os estilhaços do céu rasgam
minha carne; sangro escuridão. O
desalento é soprado pelas árvores, envolve-me num gélido abraço. Com o que
resta, agarro-me.
Um grito mudo;
ensurdecedor silêncio. Olhar penetrado que nada vê. O invisível a preencher-se
com infinda densidade. O passado a tornar-se o agora; o agora que se torna o nunca
mais. O suspiro que move nuvens, as quais sobre a terra derramam lágrimas que
queimam. Dor apreciada, inconstante, infinita.
Sou feito de reticências.